pra esquecê os pobrema

hoje, ao visitar pela primeira vez o toilette do meu local de trabalho, me deparo com um senhor de uns 50, 55 anos, vestindo roupa social e chinelo, conferindo o penteado no espelho. me cumprimenta, termina o tapa no visual e abre sua necessaire, de onde tira um frasco pequeno, de plástico marrom, em formato incomum. coloquei os óculos para funcionar e idenfifiquei o conteúdo da embalagem: era água oxigenada.

comecei a lavar minha xícara de café com menos pressa, interessado no desfecho dessa situação. o senhor estava impassível na frente do espelho, com a garrafinha marrom na sua mão direita. a expectativa cresce.

já estava cansando daquilo quando, em um movimento rápido, meu colega de trabalho leva o objeto à boca e sorve um belo gole, inclinando a cabeça como fazem os atletas nas propagandas de gatorade. demora uns dois segundos. no fim de tudo, sem fazer cara feia e já com o conteúdo do recipiente em seu organismo, limpa a boca, me faz um sinal de cabeça e sai do banheiro, consciente de que estava preparado para mais um dia de labuta.

terminei minha tarefa pensando se deveria pedir um pouco na próxima vez.