terça-feira, 19 de agosto de 2008

haja coração, amigo

elizabeth assistia à apresentação da dupla brasileira de nado sincronizado tentando demonstrar patriotismo, mas no fundo desejava o completo fracasso daquelas moças. queria ver se seria fácil manter aquele sorriso e aquela graça depois de uma boa cãibra e próximas do afogamento.

ao seu lado, leonardo parecia estar concentrado na competição, mas tinha como único objetivo se aproximar o máximo possível de elizabeth, talvez passar um braço pelas seus ombros. sabia do seu problema de auto-estima e não conseguia entender: parecia ser uma pessoa tão bacana. fisicamente não era estonteante, mas também não era de se jogar fora. acima de tudo, gostava dos seus olhos, nos quais reconheciam uma bondade imensa, de uma pessoa que não faria mal a ninguém. era um rapaz que transitava trôpego pela linha que separa a inocência e a mongolice.

completando o trio estava jadson, que não via hora daquela chatice terminar para que ele pudesse assistir às eliminatórias femininas do lançamento de martelo, prova da qual era entusiasta. não entendia como aquela dancinha afrescalhada era considerada um esporte olímpíco, mas não deixava de reverenciar a grande flexibilidade das atletas, que certamente rendia vantagens e permitia extravagâncias na hora do amor.

os três assistiram a série das competidoras brasileiras, que iam bem e até tiraram gritos eufóricos do narrador ufanista. infelizmente, ao executar um exercício que exigia a submersão da cintura para cima, uma das garotas engoliu um pouco de água, engasgou e começou a mexer as pernas de forma atabalhoada, o que não pegou muito bem com os juízes e impediu que as duas melhorassem a posição obtida nos jogos olímpicos anteriores, quando obtiveram a 74a colocação. talvez em londres.

Um comentário:

Anônimo disse...

rgeorkhokerohkre tadinha da competidora