elisa começava a vestir-se para mais um dia de trabalho quando foi surpreendida por um clarão, de onde saiu o que parecia ser um anjo. imobilizada pela incredulidade - era uma mulher cética, agnóstica, que até sentia certo desprezo por todo o imaginário católico, ouviu as instruções que o enviado dos céus sussurrava em sua orelha esquerda. no mesmo dia, largou o emprego e se dedicou integralmente a sua nobilíssima missão: ao notar algum telefone celular que tenha um sucesso radiofônico como toque, abordava o proprietário, retirava o aparelho de suas mãos e o destruía. em seguida, saía em disparada.
sofreu bastante pelo bem comum - estava lutando contra um grupo numeroso e persistente. foi insultada, vítima de violência física, mas nada disso diminuía sua dedicação. apenas foi detida pela lei dos homens, que interpretou sua valorosa cruzada como um claro indício de desordem mental e ordenou sua reclusão em uma instituição para loucos, onde vive até hoje. infelizmente, poucos conhecem sua formidável história de desprendimento, mas esses não têm dúvida de que se trata de uma mártir, um espírito superior que aceitou trocar sua liberdade pela esperança de expurgar centenas, talvez milhares de idiotas.
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2 comentários:
não diferencio muito bem sua inteligência da sua maluquice.
bravo, meu caro.
santa elisa pode me salvar, quando eu decidir comprar um celular cabuloso e botar como toque a melhor(?) música do arnaldo antunes.
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