- licença, grande, deixa eu te perguntar uma coisa? o mundo livre já tocou?
- já, velho, foi mal. faz uma hora, mais ou menos.
- meh, que merda. e agora, quem toca aí?
- daqui a pouco começa o muse.
- não conheço... eles são bons?
- ah, eu não conheço tanto, mas é bom sim. são ingleses.
a ruivinha que acompanha o rapaz pensa ter ouvido algo interessante e interrompe:
- pera aí... você disse muse? vai ter muse aqui agora?!?
- é, vai, eles fecham o festival.
- MENTIRA!!! NOSSA!!! EU ADORO MUSE!!! NÃO ACREDITO QUE ELES VÃO TOCAR AQUI!!! NOSSA, OBRIGADO!!! VAMOS LÁ PRA FRENTE, AMOR!!!
e saem andando, sorridentes e simpáticos, atrás de um lugar melhor. enquanto isso, eu fiquei parado no mesmo lugar onde estava havia um tempão, com as pernas doendo, esperando o show da pitty terminar para ver uma banda da qual eu não conhecia tanta coisa. tudo bem, a apresentação foi legal, o ingresso foi barato, mas estou desde sábado pensando em como aquele casal me venceu com larga vantagem.
por outro lado, pelo menos eu vi o mundo livre. posso me orgulhar por não ter feito parte do grupo de mongolões que mal prestou atenção no concerto, mais preocupados em registrar o máximo possível em seus celulares, que hoje guardam minutos e minutos de vídeo tremido e áudio horroroso. por último, também me considero mais afortunado que o pobre coitado que, enquanto eu procurava meu automóvel irremediavelmente perdido no estacionamento, questionava a turba que deixava o local em busca de uma camisinha. não pude ajudar o rapaz, mas o deixei com meus mais sinceros desejos de sucesso.
não foi tão ruim assim. em relação a essas coisas maiores, como desprendimento, simpatia, socialização e uma namorada ruiva, bem, um dia a gente chega lá.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
licença, grande.
Postar um comentário