outro dia estava com o pessoal da firma no aniversário da renata, a secretária do subgerente de due-dilligence corporativo. jogava um papinho numa amiga dela, preparando o território para mais um fracasso miserável no galanteio, quando vejo a solange frazão se aproximando da mesa; parece que é amiga de infância da renata.
sentou-se justamente ao meu lado e começou a tagarelar sobre suco de luz do sol, séries de abdominais, otimização da hipermetrofia muscular e a importância do limão para a alcalinização do sangue. só parou de importunar a galera quando ficou sabendo que não se utilizava óleo de linhaça na cozinha do boteco. assombrada, foi até o carro e voltou com uma sacola cheia de alimentos supostamente benéficos para saúde, mas que pouca gente usa porque, bem, são todos uma merda. obrigou o garçom a levá-la ao encontro dos cozinheiros, que passaram uns bons minutos aprendendo sobre harmonização de disfunções intestinais e maneiras de introduzir a acelga nos pratos do dia a dia.
solange só saiu de lá acompanhada de isidoro, o segurança do estabelecimento. dois metros, 130 quilos e uma cara de pouquíssimos amigos, mas nada disso impressionou a apresentadora, que reprovou a barriguinha saliente do negrão e propõs uma aula improvisada de body pump. já tirava da bolsa seu aparelho de som portátil e um bolo de cds com as sete melhores da jovem pan quando foi sutilmente arrastada para longe dali pelo empregado.
ultrajada pelo tratamento impróprio e pela falta de preocupação com a saúde demonstrada pelo bar, ela resolveu ir embora, nem se despediu de ninguém. essa decisão causou alívio em todos os integrantes da mesa, mas confesso ter ficado um pouco chateado: sempre quis saber por que aquela mulher estava na minha televisão todo santo verão, há 257 anos, saracoteando com um sorriso grampeado na face levemente equina. nunca entendi, e agora não poderia questioná-la sobre o assunto.
em relação à amiga menos famosa da rê, não rolou. "ai, adoro usar boné", ela disse em certo momento da conversa, e há limites que o ser humano não deve cruzar.
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2 comentários:
renato, renata...
hquahuqshuqhsuhu
agora tem que inserir a aversão ao macacão na próxima história.
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