quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

"mas como eu faço pra te ver de novo?"

bem, vamos dar um tempinho na putaria gratuita e gente bizarra; hoje temos uma história de pró-atividade, foco nos objetivos e, acima de tudo, sucesso. o leitor (hah) pode imaginar que falaremos sobre jack welch ou warren buffett, mas não: o assunto do dia é DONA MÁRCIA.

dona márcia é minha companheira de academia e também frequenta o estabelecimento no horário do almoço. moça alta, esguia e de traços aprazíveis, está ali nos seus thirty-somethings, mas definitivamente não é de se jogar fora. você eu não sei, mas eu pegaria fácil. e mostraria pra todo mundo.

enfim.

depois de encerrar minha série, estava alongando minhas panturrilhas. na minha frente, estavam dona márcia e um instrutor, rapaz parrudo e deveras simpático, que a partir desse ponto será conhecido como FULANO. conversinha pra cá, brincadeira pra lá, fulano instruía sua pupila sobre a melhor forma de esticar seu quadríceps, sem nunca deixar de acoplar o respeitoso DONA à alcunha conferida à senhoura por seus progenitores.

e assim seguiu a procissão: eu a beira de umas treze cãibras simultâneas, ela tocando os pés enquanto apontava as nádegas para o FIRMAMENTO e fulano fazendo recomendações, corrigindo posições e elogiando sucessos. isso só foi interrompido pelo comentário de dona márcia, insatisfeita com uma das partículas de seu vocativo:

"pode me chamar só de márcia, tá?"

fulano, surpreso, repetiu três vezes a primeira sílaba da resposta que achou mais conveniente, e quando se preparava para enunciar a sentença em sua completude, foi novamente cortado pela discípula:

"vai que eu te chamo pra ir no cinema e você fica me chamando de 'dona'. esquisito, né?"

e sorriu pra mim, buscando cumplicidade.

retornei a manifestação e olhei para fulano, como se dizendo "segura essa, mermão". dez segundos de risinhos amarelos, fim oportuno da série da ex-dona, fulano foi pra outro canto atender um marombeiro qualquer e eu me dirigi ao banheiro, porque pra corno todo castigo é pouco e as obrigações trabalhísticas se avizinhavam cada vez mais. finalizada a ducha, pude ver os dois, treinador e aprendiz, acertando os últimos detalhes do encontro cinegráfico que ocorreria em algumas horas.

e era isso. márcia, com todo seu arrojo, fez o que diversas cabritinhas provavelmente tencionaram fazer e agora teria companhia pra uma antes solitária noite de quinta-feira. fulano, ele que não se esforce demais à tarde, porque não faz a menor idéia do que vai passar por cima dele ali por volta da 24a badalada do dia. todo mundo feliz - menos eu, que me dirigia pra repartição com os membros bambos e a certeza indelével de uma tarde chata pela frente.

duro, mas ao menos aprendi uma importante lição, que agora repasso aos jovens que buscam conhecimento por essas bandas da interrede: mocinhas, façam como dona márcia; mocinhos, busquem mulheres maduras, em roupa de lycra, sem aliança. classe dispensada.

2 comentários:

clarice, claralice, clara alice. disse...

excelente aspas no título.

Unknown disse...

isso aí. As donas estão muito mais espertas e bonitas que as meninas novinhas. Aproveitem rapazes.