domingo, 13 de fevereiro de 2011

vida monga #3 - hipocondria

em determinado momento do ano passado, eu estava tão preocupado com um possível processo de emburrecimento relacionado a trabalho que me submeti a uma série de testes cognitivos. assim conheci a dra. penélope, que não faria feio em um daqueles filmes transmitidos nas madrugadas de sábado pela rede bandeirantes: morena, cabelos longos e negros, boca carnuda, óculos de aros negros e grossos, prancheta sempre à mão e vestidos razoavelmente curtos, sempre envoltos em um jaleco branco desabotoado. uma bela apresentação, não fosse o colar de onde pendia uma pequena pimenta, componente que - ao menos na minha avaliação - colocava tudo a perder.

trata-se de um fenômeno sobre o qual acredito que não conversamos o suficiente. tenho visto com certa frequência moças com acessórios adornados com as tais pimentas ou, pior ainda, trazendo os frutos tatuados em pontos estratégicos - geralmente no pulso ou atrás das orelhas. imagino que isso represente preocupações com a perpetuação da espécie (pimentas são quentes, assim como eu; logo, venha fornicar comigo e não com a fêmea possivelmente frígida ao seu lado), o que me faz reprovar ainda mais essa tendência. há gente demais por aí.

por outro lado, faz-se necessário dizer que penélope e seu ornato são bastante discretos, principalmente quando se considera a apresentação de alguns dos vários médicos que visitei nos últimos meses - como highlights, destaco o neurologista de lóbulos alargados e unhas negras (graças ao esmalte, que fique claro), e o urologista que me atendeu trajando uma camisa do flamengo, daquelas sempre usadas pelos marginais nos filmes nacionais. já faz algum tempo que deixei de conferir o adjetivo "tradicional" à classe médica.

tenho uma boa história sobre urologistas que fecharia muito bem esse texto, mas vocês não acreditariam, então deixa pra lá. heheh.

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