terça-feira, 29 de março de 2011

today my heart swings

apareceu em 2002, o interpol, naquele comboio de bandas novaiorquinas que se preocupavam excessivamente com o visual e haviam chegado para salvar o rock, patrocinados pelas principais revistas especializadas - tempos loucos em que se lia revistas. ouvi o "turn on the bright lights" pré-disposto a desgostar das faixas, e apenas "pda" - realmente uma canção espetacular - conseguiu transpor o filtro da minha má vontade. tenho o costume de me alinhar com os underdogs e perdedores, não com os grupos de ternos caros, bigodes irônicos e ovação crítica unânime.

hoje, passado o hype e lançados discos merecedores de notas medíocres da pitchfork, tenho escutado bastante interpol. senti-me confortável para ouvir e perceber que, apesar de tudo que circunda a banda, uma coisa é irrefutável: são quatro músicos bastante talentosos, com ótimas referências e algumas músicas muito, muito boas. paul banks, o vocalista, teve isso a dizer após a saída do baixista carlos dengler - o do bigode - no ano passado: "i'm the kind of person where, if i think someone is a genius, i'll put up with tonnes of crap from them. if you're in the presence of someone who you think is a genius then you think, 'i'd rather deal with them being an a-hole than not.' it's a more rare treat, a more rare treasure, their ability. carlos is that."

parece-me uma excelente estratégia.

não apenas forneceram alguns dos meus hits deste ano (não paro de ouvir "mammoth", "who do you think" e "say hello to the angels"), mas também contribuíram com um valoroso insight para o meu entendimento das cousas da vida, principalmente no departamento em que decerto eu falho da maneira mais violenta. grande interpol.

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