segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

vida monga #1

trivia: menos de vinte pessoas em toda a américa latina utilizaram mais fones de ouvido do que eu no quinquênio 2005-10. minha capacidade para quebrar essas porcarias não conhece fronteiras, de forma que tive que me dirigir a uma loja aqui perto da firma em busca do próximo a ser sacrificado. escolhi o modelo e fui para a fila, onde assisti a um atendente do estabelecimento ignorar as diversas pessoas que esperavam a sua vez, priorizando uma ligação telefônica em que discutia os prós e contras da contratação de ronaldinho gaúcho pelo flamengo. em determinado momento, ofereceu: "pra falar a verdade, nunca gostei muito daquele cara".

pra você ver o tipo de coisa que eu tenho que ouvir.

ronaldinho gaúcho foi genial. não há razão para tratar do brilhantismo ludopédico do rapaz, então prefiro trazer à discussão sua peculiaridade que mais me agrada: ao contrário do que geralmente ocorre, conforme a fama, riqueza e sucesso de ronaldinho cresceram, ele foi ficando mais feio. nunca fez questão de consertar sua dentição alternativa e ainda adotou aquele dedo do meio pro mundo em forma de corte de cabelo. confesso-me curioso para saber como ele afrontará os padrões estéticos em sua estadia tupiniquim, ao mesmo tempo em que copulará com TODA a população feminina carioca.

outra pessoa que desperta minha inveja, mas por motivo bastante diferente: scarlett johansson, uma das principais representantes da categoria de gente que é tão bonita que provavelmente nunca ouviu um "não" na vida. prova disso é a carreira musical da moça, com dois álbuns em seu currículo, apesar da voz um TANTINHO ASSIM mais feia do que seus seios, e levemente mais grave que a minha (meu primeiro contato com a irmãzinha de um amigo foi telefônico, o que fez com que ela me chamasse de "monstro" por um bom tempo). covers de tom waits foram uma boa escolha, e não se surpreendam se o próximo disco homenagear nelson gonçalves.

enfim, realizei a minha compra. dotado de coragem e do aparato eletroeletrônico que me faz suportar os minutos que passo naquele ambiente de horror e infelicidade, dirigi-me à academia para minha meia hora diária de corrida. troquei de roupa, posicionei-me na esteira e iniciei o exercício, e logo em seu início percebi que os fones de ouvido não se fixavam devidamente em meus ouvidos, de forma que a música proveniente do meu ipod não tinha condições de rivalizar com o poperô genérico que embalava a aula de aero-jump-spin-bahia-forever à minha frente.

pensei em abandonar o plano, ir para casa e jantar um pacote de trakinas de morango como na noite anterior, mas decidi aturar o parabéns como um campeão. se houver um deus, que ele abençoe as calças de lycra e perdoe o responsável pelo remix de "bizarre love triangle" que coroou a experiência.

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